quarta-feira, 25 de agosto de 2010

Jenny Wilson Like - A Fading Rainbow

Castigat Ridendo Mores
Eu me sentia a própria Colombina presa na eterna sina de não me encontrar num só caminho, peguei meu casaco de linho e só fiquei na praça do lado de casa, as ruas pareciam cada vez mais mortas. Me embriaguei de meu próprio veneno em bem menos do que esperava, as luas ficaram cada vez mais tortas. Eu me lembro de escrever uma carta no banco, não lembro pra quem, se ao menos foi pra alguém ou se foi pra qualquer canto...
"Um dia pensei que se meus olhos atados fossem, olhos não mais seriam. Meus olhos, meu corpo! Qual não foi meu desespero quando meu mundo inteiro se deixou encolher, eu estava agora num pequeno tensor sem vida, sem olhos, sem cor... Mas espere, foi aí que realizei vendo que mesmo com o ego fechado eu olhava ao lado e ainda podia ver! Eu ainda podia sentir! Meu corpo ainda o era e minha maior quimera era aquela prisão que eu havia criado pra mim. Porque eu havia de rir? Só sei que ria, minha boca explodia de tanto o fazer. Não pense você que de alegria! Ria da melancolia na qual tanto tempo estive, mas olha só, agora já era dia, DIA, acredite!
Preciso ir, vou cuidar da minha vida que agora sei que existe."
Eu nem cheguei a assinar a carta, mas isso faz parte do meu processo de louco-motiva que me mantém crua neste universo, na rua, nas luas ou neste mesmo verso. O inverso do que pedi, eu sei, mas nem na corrida, nem da dor boa, nem nas despedidas (mesmo que a toa) eu não a encontrei. Aquela paz que eu e todo mundo corremos atrás eu até já namorei, mas como em todo (meu) namoro em água me escorro ao chegar onde me viro, até a paz me traiu, não me culpe se me retiro. "Não é você, sou eu..." hahaha prefere culpar até a Deus do que falar de mim! Considera isso respeito, bem, eu apenas um direito de tirar meu nome de seus lábios, mas quantos pseudo-sábios não me avisaram do fim? E ela sempre me volta com outra surpresa e me promete de mãos atadas que sairei ilesa e isso não é o pior, o pior sou eu que ciente do risco me ponho em rabisco procurando ajuda! E ficando essa semana temporariamente muda, coloquei em mim o que na fala não coube, "ah Nalu, saiba morrer o que viver não soube".

2 comentários:

Unknown disse...

em uma praça descobrindo sentimentos, relações, combinações do seu eu interior que talvez queria ir para o exterior.

Chico disse...

Esse texto tem melodia!